Como responder a uma resistência quase que ideológica à Portaria Remota

Como responder a uma resistência quase que ideológica à Portaria Remota

Por: Atende Portaria - 28 de Agosto de 2024

O número de condomínios com Portaria Remota no Brasil vem aumentando significativamente, ano após ano, graças às suas vantagens nos aspectos de maior segurança, inteligência e de racionalização dos custos em relação à tradicional portaria presencial.
 
Quando a pauta da Portaria Remota é apresentada em assembleia de forma incompleta, como uma mera racionalização de custos de pessoal, existe uma possibilidade do discurso sobre a PROTEÇÃO DE EMPREGOS vir à tona, como forma de resistência ideológica à mudança. Dependendo do preparo da liderança do condomínio para enfrentar um EMBATE IDEOLÓGICO NA ASSEMBLEIA, a almejada transformação poderá acabar sendo rejeitada, ou pior, aprovada por pequena margem, cenário que poderá criar dificuldades à execução das etapas de implantação e evolução subsequentes.
 
Essa resistência eventualmente acontece por insensibilidade de poucos com relação às limitações orçamentárias e interesses de vizinhos com menor espaço em suas contas e por total desconhecimento, tanto da geração de empregos de maior valor agregado pelas empresas de Portaria Remota, quanto das amplas vantagens dessa tecnologia e serviços sobre a tradicional portaria presencial.
 
Para reforçar essas questões é que escrevemos os artigos: “Segura +Inteligente +Econômica”, “Quem tem medo de Portaria Remota”, “A Portaria Remota Transforma a Vida em Condomínio” e “Portaria Remota: Da dúvida a uma realidade iminente”!
 
Para remover os paradigmas criados pela falta de informação e, consequentemente, do DESCONHECIMENTO GERAL, é que me desafio semanalmente a escrever sobre as nuances “não óbvias” da Portaria Remota. Vamos lá!
 
Em primeiro lugar, uma Portaria Remota não implica em corte de empregos (essa decisão é do condomínio!), mas sim em RESSIGNIFICAÇÃO DA FUNÇÃO DE PORTEIRO PRESENCIAL, movimento que, se propriamente entendido e apoiado, incentivará esse profissional a se preparar para agregar valor em outras funções, seja do ecossistema condominial (zelador, “concierge”, auxiliar ou técnico de manutenção, técnico em eletrônica, ajudante de serviços gerais, operador de monitoramento e de portaria remota, etc.) ou em setores afins.
 
Essa evolução é histórica e acontece no mundo desde os tempos da revolução industrial (quando se associou qualidade com produtividade), passou por elevadores (quem ainda se lembra dos antigos ascensoristas?), automação bancária (qual a última vez em que você foi a um banco?), setor comercial (produtividade na loja, no caixa, a escalada do comércio eletrônico), ramo da alimentação (proliferação do “delivery”) e atividade de educação (progressão geométrica no crescimento do ensino à distância). Todas essas conhecidas transformações globais criaram uma infinidade de trabalhos de maior valor agregado e comodidade aos produtos e serviços do mercado, além de proporcionarem novas soluções com ocupações nunca antes vislumbradas.
 
Com a tecnologia e serviços de Portaria Remota no Brasil está ocorrendo o mesmo fenômeno! Ignorar a necessidade dos vizinhos de ter uma taxa condominial menor (e menos afetada pela corrosão inflacionária) ou desprezar esse progresso iminente por falta de entendimento desta evolução tecnológica são dois potenciais detratores que devem ser resolvidos com urgência junto aos vizinhos e antes da realização de uma assembleia condominial para aprovar a Portaria Remota!
 
Além disso, há de se considerar que a Portaria Remota é primordialmente HUMANIZADA, apesar de poucos entenderem e algumas empresas do segmento se comunicarem mal. Humanizar, por evolução de linguagem, quer dizer tornar-se agradável, gentil, amável e humano. A portaria que aqui se defende é a “remota, humanizada e assistida”, e não aquela estigmatizada, “robotizada, virtual, eletrônica e teoricamente 100% autônoma”.  São seres humanos cuidando de outros igualmente humanos, apoiados por tecnologia e atuando sincronizados, local (implantação, manutenção e operação) e remotamente (através de centrais de operação).
 
Enfim, a Portaria Remota também vem gerando EMPREGOS MAIS QUALIFICADOS; localmente, para instaladores e mantenedores de infraestrutura condominial para controle de acessos e monitoramento eletrônicos e, centralmente, para operadores remotos e analistas de tecnologia, funções essenciais para que a tecnologia e o serviço de portaria funcionem 24 horas por dia, 7 dias por semana e 365 dias por ano com qualidade e, principalmente, muito mais segurança! Além disso, com o expansionismo de empresas do setor no mercado, novas vagas são criadas em vendas, marketing, compras, projetos, relacionamento com o cliente, administração, RH, finanças, etc.
 
Espero ter ajudado compartilhando todas as perspectivas acima. Suas contribuições a mim encaminhadas serão muito bem-vindas. Em tempo, nesse tema contei com a colaboração do colega síndico, João Helio L. de Sousa, do Rio de Janeiro.

 

Fonte: José Julio Pereira - Engenheiro e Especialista em Tecnologias para Condomínios

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